Chega aquele dia em que aquilo que não estamos a ser, vai-nos “caçar”!

Chega aquele dia em que as voltas que damos, levam sempre ao mesmo lugar.

Chega aquele dia em que não conseguimos passar a página do livro.

Chega aquele dia em que não só tropeçamos, caímos mesmo.

Chega aquele dia em que a falta se sobrepõe a tudo o resto.

Chega esse dia em que, de repente, tudo para! Você para com tudo… e, até o tempo acompanha e para também!

Nesse dia o olhar é turvo, porque a nitidez está toda na emoção.

Nesse dia não precisa ficar em pé, na vertical. Não tem como não fletir, sentar, encostar e esperar que as respostas cheguem.

Nesse dia a saudade tem tudo a seu favor. E a sensação de que você tem tudo para ter a vida que não tem… e chega um novo horizonte que não conseguirá mais ignorar.

É nessa altura que pensa nos inícios e nos finais, nos começos e nos desaparecimentos, no acontecer e na distância. Porquê? Mesmo quando tentamos, ficamos muitas vezes presos no meio.… No meio do tempo, no meio do amor, no meio do desprendimento, no meio da raiva, no meu do desamparo, no meio do laço, no meio daquilo que queríamos, no meio da vida! …

Chega aquele dia em que não tem mais dias, mais horas, mais hipóteses para desperdiçar aquilo que quer, a vontade e a esperança! Nesse dia o alarme do “não estar sendo aquilo que quer ser” não vai calar-se mais. “Não saber” deixa de ser fuga possível…

Esse é o momento em que a decisão só pode ser uma: Não resistir mais à felicidade.