Falar de pensamento é falar de uma imensidão de coisas. Muito associado à razão, a processos cognitivos, à abstração, é altamente difícil de definir, ou encontrar uma definição mais “acessível”.

O que é certo é que o pensamento tem como resultado o facto de termos chegado até aqui e nestas condições. Isto enquanto impulso criador e potenciador de comportamento, mas também como ato reflexivo.

Simplificando: Pensamento é um ato natural que se passa na nossa “cabeça”?!

O que é o pensamento na verdade? Uma faculdade mental que nos diferencia dos restantes animais. Que se manifesta numa atividade e que pode ser usada como instrumento. É um fenómeno natural que, no limite, é resultado de atividade elétrica e química dos nossos neurónios.

O que é importante?

Perceber que o pensamento manifesta-se numa organização de conceitos. Essa organização é gerada por conexões neurais.

Quando replicamos muitas vezes um pensamento, implementamos uma rede neural, que fica “arquivada” como um padrão. Seja ele bom ou mau. Isto implica que ganhemos hábitos e limitações no nosso pensamento (mesmo que inconscientes)

Quando eu digo: Ninguém nos ensinou a pensar – tem sobretudo a ver com isto.

– Podemos otimizar a forma como pensamos. Seguindo estratégias

– Podemos criar novas redes neurais – com novos pensamentos

– Podemos romper com conexões neurais – é possível NÃO seguir todos os nossos pensamentos.

Quando decidimos mexer no pensamento, o que estamos a fazer?

A aproveitar uma potencialidade do nosso cérebro: A Neuroplasticidade. O cérebro tem capacidade de modificar a estrutura e função, tendo em conta a aprendizagem e reformulação, acolhendo novos inputs introduzidos. Para fazermos uso desta potencialidade é preciso compreender o mecanismo mais básico do pensamento: a representação.

Aqui está implícita a relação do Pensamento com a Linguagem e Percepção.

Explicação rápida:

As imagens são a base do pensamento. Cada imagem é construída na nossa mente através dos dados recolhidos pelos sentidos. Sendo que a entrada cá para dento é FILTRADA – ou seja, há vários operadores que ditam a forma como estes dados são tratados e apresentados na nossa mente. (Como se fossem instâncias de tratamento de dados.) Isto significa que a realidade percepcionada não é uma cópia do mundo, mas sim uma representação – de cada um de nós. A esta representação junta-se a codificação da linguagem, que permite arquivar, reconhecer e utilizar a representação associada a um signo.

Porque é que percebermos isto é tão importante?

Porque vamos entender que existe uma relação direta entre a qualidade das nossas representações e consecutiva qualidade dos nossos pensamentos, que cumulativamente determinam o que sentimos e as manifestações comportamentais.

É nossa obrigação reaprender a pensar!

Temos de tirar partido dos nossos pensamentos.

É difícil, mas na verdade quando percebemos que temos capacidade de intervir, devemos de ser capazes de fazer alguma coisa para corrigir e otimizar as conexões neurais, bem como criar novas.

E o truque está em prestar mais atenção às nossas representações. No momento em que as construímos não estamos conscientes, o que pode significar que temos material estragado arquivado na nossa mente!